Como contratar um serviço de Mapeamento Aéreo com Drones?

Tempo de leitura: 8 minutos

Ao fazer a contratação de um serviço de Mapeamento Aéreo com Drones é preciso estar atento a vários detalhes. Confira as dicas!

Esta tecnologia vem crescendo de maneira exponencial e vários mercados já descobriam os potenciais de redução de custos e otimização de operações que esses robôs voadores podem proporcionar em diversos segmentos da engenharia. O mercado da agricultura em especial é o mercado que está tendo maior aceitação e crescimento confirmando as diversas pesquisas realizadas ao redor do mundo.

Como é uma tecnologia “nova” (entre aspas, pois a ciência por trás do mapeamento aéreo, conhecida como fotogrametria já possui mais de 150 anos), muitas empresas tem o interesse em testar a tecnologia, porém, muitas delas não sabem como contratar, ou seja, não sabem analisar a qualidade dos produtos gerados e não tem uma visão muito clara de como utilizar esses produtos em seu negócio.

Pensando nesta dificuldade nós já escrevemos uma matéria sobre como utilizar os drones na agricultura de precisão, neste artigo você tem uma visão macro de como empregar esta tecnologia para realizar uma gestão estratégica do plantio. É tranquilamente possível fazer uma analogia para qualquer outro mercado que deseja atuar.

Outro ponto importante é saber analisar a qualidade dos produtos gerados, afinal o mapeamento aéreo não é um trabalho artístico de fotografias aéreas e sim uma ciência exata realizada através de um processo estatístico que no final apresenta uma precisão e acurácia apresentando o nível de confiança dos produtos gerados. Nós já escrevemos uma matéria sobre precisão e acurácia para a revista DroneShow que você pode conferir na íntegra em nosso blog: https://blog.droneng.com.br/acuracia-e-precisao/

Quando realizamos um mapeamento aéreo estamos obtendo informações cartográficas do terreno de interesse que será representado a partir de imagens e modelos, ou seja, toda informação extraída destes produtos estão correlacionadas com o terreno. Porém, qual o nível de confiança destas informações? É este ponto que irei abordar neste artigo.

Primeiramente você precisa entender quais os produtos gerados através do mapeamento aéreo com drones que são eles: Mosaico de Orfotos, Modelo Digital de Superfície (MDS) e Modelo Digital do Terreno (MDT) / Curvas de Nível, nós já escrevemos algumas matérias sobre cada um destes produtos que você pode acesses nos links abaixo:

  • Mosaico de Ortofoto

https://blog.droneng.com.br/mosaico-de-ortofotos/

  • MDS e MDT

https://blog.droneng.com.br/mdt-e-mds/

https://blog.droneng.com.br/mdt-com-drones/

Agora que você já conhece os produtos gerados e suas principais aplicações, vamos entender algumas premissas que você deve se atentar ao contratar um serviço de mapeamento aéreo com drones.

  1. GSD ou resolução espacial

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Representa o nível de detalhamento do voo, ou seja, o GSD é que irá limitar quais objetos serão representados na imagem, por exemplo, se você contratou um voo de 10 cm de resolução quer dizer que um objeto em solo menor que 10 cm não será representado no mapeamento aéreo (não irá aparecer nas imagens aéreas).
Portanto, antes de contratar um serviço de mapeamento aéreo com drones você  tem que ter bem definido qual problema você quer resolver para que ele seja bem representado nas imagens aéreas.

Você deve estar pensando “vou contratar a maior resolução, assim qualquer problema será representado”, porém, quanto melhor a resolução (menor GSD), menor a produtividade, ou seja, menor a cobertura de área, além disso, melhor resolução exige mais capacidade de processamento o que irá encarecer o projeto.

2. Acurácia dos produtos finais

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Este é ponto mais importante que muitas vezes vejo passar despercebido por contratados e contratantes, como já foi citado anteriormente os produtos finais representam o terreno e é muito importante saber o nível de confiança dos mesmos.

Para gerar um produto de qualidade é necessário utilizar pontos de apoio (ou controle) em solo. Nós escrevemos uma matéria sobre “quando utilizar pontos de controle no mapeamento aéreo”, nesta matéria você vai entender quando se faz necessário o uso dos pontos de apoio.

Quando no projeto são utilizados pontos de apoio, você deverá exigir do contratado que apresente os relatórios de processamento dos pontos de apoio, seja ele coletado pelo método pós-processado, RTK, ou outro, pois eles influenciam diretamente na qualidade do produto final, é importante que um responsável técnico faça a análise destes relatórios.

Além do relatório dos pontos de apoio, você deverá exigir o relatório do processamento (aerotriangulação). No relatório você deverá analisar a qualidade dos pontos de check ou pontos de verificação, esses são os responsáveis por apresentar a qualidade do mapeamento aéreo, o indicador que deverá ser analisado é o RMS.

“Se não for utilizado pontos de check no projeto, não é possível verificar a acurácia do mapeamento aéreo.”

3. PEC – Padrão de Exatidão Cartográfica

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PEC foi regulamentado no Decreto Nº 89.817 de 20 de Junho de 1984, que estabelece as Instruções Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia Brasileira através de procedimentos e padrões a serem obedecidos na elaboração e apresentação de documentos cartográficos no território brasileiro. A norma a ser seguida em relação à exatidão especifica: as cartas devem obedecer ao Padrão de Exatidão Cartográfico – PEC, segundo os critérios indicados:

1. Noventa por cento dos pontos bem definidos numa carta, quando testados no terreno, não deverão apresentar erro superior ao Padrão de Exatidão Cartográfica, Planimétrico, estabelecido;

2. Noventa por cento dos pontos isolados de altitude, obtidos por interpolação de curvas de nível, quando testados no terreno, não deverão apresentar erro superior ao Padrão de Exatidão Cartográfica Altimétrico estabelecido. Padrão de Exatidão Cartográfica é um indicador estatístico de dispersão, relativo a 90% de probabilidade, que define a exatidão de trabalhos cartográficos. A probabilidade de 90% corresponde a 1,6449 vezes o Erro Padrão – PEC. O Erro-Padrão isolado num trabalho cartográfico, não ultrapassará 60,8% do Padrão de Exatidão Cartográfica. As cartas, segundo sua exatidão, são classificadas nas Classes A, B e C, segundo os critérios apresentados no Quadro abaixo:

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O Decreto 89.817 que estabelece normas que regulamenta e classifica os documentos cartográficos quanto à exatidão, PEC, é aplicado da mesma maneira independentemente de o produto ser analógico ou digital.

Neste decreto, entretanto, não existem definições sobre definição do tamanho da amostra para os testes de campo; dúvida quanto à análise individual das componentes planimétricas (N, E) ou composição das mesmas; aplicação dessas normas para os produtos digitais; indicação do tratamento estatístico que melhor se adapta à estimativa da exatidão e precisão. A falta destas informações deixa espaço para diversas interpretações e aplicações de testes estatísticos para o enquadramento do PEC.

Fonte: https://www.ufpe.br/cgtg/SIMGEOIII/IIISIMGEO_CD/artigos/CartografiaeSIG/Cartografia/A_259.pdf

4. Comparação com uma base existente

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Se sua empresa já realiza ou realizou um serviço de mapeamento, uma maneira simples e eficiente de mensurar a qualidade do produto final é comparando o produto contratado com outro realizado por outra tecnologia como laser scanner, topografia, aerofotogrametria, etc.

Um detalhe importante é verificar a precisão e acurácia alcançada por essas tecnologias que já foram utilizadas e em qual sistema de projeção o projeto foi realizado, pois isso, naturalmente já pode apresentar discrepância.

Esses são alguns pontos que você deve se atentar ao contratar um serviço de mapeamento aéreo com drones, quando você sabe exatamente o que precisa e o que espera do trabalho fica muito mais fácil de cobrar, vale ressaltar que um profissional especialista em cartografia é o melhor caminho para isto.

Uma maneira eficiente de contratar um serviço de mapeamento aéreo é conhecer de perto as etapas de um projeto de mapeamento aéreo. Pensando nesta demanda nós criamos um curso presencial que irá oferecer uma imersão completa em um projeto de mapeamento aéreo com drones, será um final de semana “respirando drones” em um Eco Resort com tudo incluso.

Você irá planejar o voo, ira campo voar com o BATMAP, vai processar os dados e fazer a análise de qualidade tudo isso acompanhado da equipe da DronEng para sanar todas as suas dúvidas, mas corra que as inscrições encerram dia 29-07.

Para saber mais sobre o curso presencial acesse: http://conteudo.droneng.com.br/droneng-treinamento-presencial

Espero que esta matéria tenha trazido um norte para você ter mais segurança no momento de contratar um serviço de mapeamento aéreo com drones, caso você tenha alguma dúvida ou queira acrescentar algum ponto que achou que não foi abordado envie um comentário logo abaixo.

Até a próxima matéria! Forte abraço!

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