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Você sabe a diferença entre mapa, carta e planta?

Tempo de leitura: 7 minutos

A palavra MAPA é usada genérica e indiscriminadamente como sinônimo das palavras CARTA e PLANTA – essa confusão ocorre muito no Brasil e tem origem no uso popular de documentos cartográficos. Por comodidade, os usuários passaram a designar todo documento cartográfico por mapa.

Existem alguns parâmetros que nos permite realizar a distinção entre esses três termos:

Escala de Representação

Como bem sabemos a escala é uma relação entre a dimensão do terreno na Superfície Física da Terra (D) e sua correspondente na imagem ou documento cartográfico (d). Para conseguirmos representar qualquer feição ou área da superfície terrestre em um produto cartográfico, é necessário  inserir uma escala para fornecer a proporção ao usuário.

Não existe nenhuma convenção cartográfica que classifica mapa, carta ou planta de acordo com sua escala, entretanto por análises quantitativas podemos defini-los conforme a tabela abaixo:

Usualmente, podemos utilizar a tabela abaixo como parâmetro para classificar o produto cartográfico pelo denominador da escala (D):

Desta forma, conseguimos ter uma noção sobre qual escala é considerada pequena, média ou grande. Lembrando que quanto maior for a área representada, menor será a escala do produto cartográfico e vice-versa.

Relação entre Documento Cartográfico e Território

Existe um parâmetro que deriva da relação entre o documento cartográfico e o território. Se o território for completamente coberto por uma única folha, pode-se denominar de mapa. Se o território for coberto por diversas folhas, cada folha é uma carta e o conjunto articulado das cartas forma o mapa.

Assim, tecnicamente, no Brasil, emprega-se MAPA quando se trata de documento em escala pequena, que abrange a totalidade de um determinado território (Nação, Estado, Região ou Município).


O mapa possui algumas características que podem ser identificadas:

  • Representação plana;
  • Geralmente possui escala pequena (grandes áreas);
  • Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc) e divisa político-administrativas;
  • Destinado a fins educativos, culturais, ilustrativos, planejamento e tomada de decisão.

A partir destas características podemos generalizar o conceito de MAPA como:

“Mapa é a representação do plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de um corpo celeste, delimitada por elementos físicos ou culturais, destinada aos mais variados usos”.

O Mapa a seguir representa o Brasil, suas unidades federativas e seus principais municípios. Podemos observar que é um produto pouco detalhado, pois representa uma área grande e possui escala pequena.

Um documento mais complexo ou mais detalhado, geralmente nas escalas médias e grandes, é denominado CARTA.

As principais características das cartas são:

  • Representação plana;
  • Geralmente escala média ou grande;
  • Limites das folhas constituídos por linhas convencionais;
  • Avaliação precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes;
  • Geralmente, faz parte de um mapa.

Desta forma, podemos generalizar o conceito de CARTA como:

“Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada da superfície de um corpo celeste, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.”

O IBGE fornece para download cartas (folhas topográficas) disponibilizadas de acordo com o recorte geográfico do Mapeamento Topográfico Sistemático Terrestre do Brasil nas escalas 1:1.000.000, 1:250.000, 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000.

Na imagem a seguir podemos ver uma carta da cidade de Presidente Prudente (SP), na escala de 1:50.000 Folha SF-22-Y-B-III-1, obtida através do IBGE:

A PLANTA é um caso PARTICULAR da carta. É uma representação em escala grande de uma área muito limitada, portanto, com maior quantidade de detalhes.

Portanto, definimos a PLANTA como:

“Planta é a representação em escala grande de áreas suficientemente pequenas que podem ser tomadas por planas (a curvatura da Terra pode ser desconsiderada), sem erro sensível.”

Um exemplo é a planta de situação, utilizada em obras de engenharia e atualização cadastral. Podemos observar que a quantidade de detalhes apresentados na planta pelas feições é maior do que comparada com as cartas e mapas, devido a escala deste produto ser grande e representar uma região menor.

Produto Cartográfico Gerado Através de um Ortomosaico / Mosaico de Ortofoto

O ortofotomosaico ou mosaico de ortofoto, é um produto gerado a partir do processamento de imagens aéreas que podem ser adquiridas por drones. Este produto é muito utilizado para a produção de bases cartográficas, como mapas, cartas e plantas, devido a possibilidade de realizar medidas diretas de distâncias, áreas e ângulos, além de permitir fácil interpretação das feições e objetos representados.

A imagem a seguir representa um ortomosaico com GSD (Ground Sample Distance) de 4cm produzido pela empresa Mapear com Drones.

A principal utilidade do ortomosaico para a produção de uma base cartográfica, é servir como modelo para a vetorização das feições e objetos, uma vez que as feições representadas estão georreferenciadas e corrigidas de distorções planimétricas. A vetorização é a extração de informações cartográficas em formas de pontos, linhas e polígonos a partir de bases de dados como cartas topográficas, mapas, imagens de satélite e fotografias aéreas. Essas informações são desenhos em computadores (CAD) de informações de uma imagem raster para vetor, contornando apenas as informações necessárias ao produto cartográfico (arquivo digital de desenho).

Os drones proporcionam a geração de ortomosaicos com GSDs  pequenos de até 3 cm. Essa precisão é fundamental para a identificação dos objetos a serem vetorizados de acordo com a finalidade do mapa, carta ou planta. Quanto menor o GSD mais detalhado estarão os objetivos no ortomosaico, e mais fácil será para identificar os limites e detalhes do terreno.

A partir da vetorização do ortomosaico em algum software de CAD (ex.: AutoCAD), é possível gerar uma planta, inserindo os elementos necessários, como: quadricula, indicação do norte, legenda, escala, entre outros.

Espero que tenha ficado um pouco mais claro estes conceitos sobre os produtos cartográficos e como pode ser feita a geração de uma planta através do mapeamento aéreo com drones.

Por: Anderson Arias e Allana Pracuccio

Link do IBGE para download das folhas topográficas (cartas):

  • https://www.ibge.gov.br/geociencias-novoportal/cartas-e-mapas/folhas-topograficas/15809-folhas-da-carta-do-brasil.html?=&t=downloads

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Para saber mais sobre Ortomosaico, acesse:

Para saber mais sobre produtos cartográficos gerados através do mapeamento aéreo com drones, acesse:

CURSO PLANTA TOPOGRÁFICA COM DRONES

Nós criamos o Curso Online de Planta Topográfica com Drones, onde você irá aprender a realizar a vetorização (processo de extração de informações do ortomosaico) e em seguida gerar a planta topográfica, documento técnico de entrega de projetos de engenharia.

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