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Não é novidade para alguém que o acesso às tecnologias permitiu que o ser humano tenha novos padrões de comportamentos, isso influencia diretamente na gestão urbana com Drones de municípios, estados e países.
Por: William Asaph Yanraphel
Nos anos 80 a Política Urbana abriu espaço para gestões cada vez mais eficientes. O uso das geotecnologias como o Drone nas atividades de prefeituras de todo o Brasil garante menor custo e mais agilidade, cálculo de IPTU, controle epidemiológico e outros.
Para entender de uma vez por todas como funciona, as aplicações e importância, entrevistamos o Engenheiro Cartógrafo e Sócio-Proprietário da Droneng, Manoel Silva Neto.
Não fique por fora! Entenda tudo sobre Gestão Urbana através do Mapeamento Aéreo com Drones!
Uso das geotecnologias na gestão urbana
Antes de qualquer outra consideração, é importante contextualizar que nos anos 40 cerca de 70% da população vivia em áreas rurais, atualmente mais de 54% da população migrou para ambientes urbanos com estimativa de crescimento de 66% em 2050, segundo dados de 2014 divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Com o aumento populacional, uma devastação ambiental passou a ocorrer pela ocupação desenfreada dos espaços das cidades. Já na década de 80, uma forte mobilização em relação às questões urbanas resultou na inclusão no texto constitucional em 1988 de um capítulo dedicado à Política Urbana. Um importante passo onde os municípios passaram a se responsabilizar pelo planejamento e ordenamento de seus territórios.
De acordo com o Engenheiro Cartógrafo Manoel Silva Neto, “o uso de geotecnologia já vem sendo utilizado há bastante tempo e é fundamental para as pequenas e grandes cidades, seja com a topografia convencional, imagem de satélite, mapeamento aéreo ou cartas e mapas que o próprio município possui”, considera.
Por que usar os drones?
Segundo o Engenheiro, Drone é uma das maiores inovações dentro do mercado de geotecnologia onde diminuiu o custo da geração de mapas através de imagens aéreas de forma significativa.
“Os drones permitem que pequenas e médias prefeituras tenham acesso aos seus produtos principalmente pela questão de investimento e permite que as prefeituras tenham uma base cadastral atualizada, pois o mapa não é estático”, considera.
Uma vez feito o mapeamento, dependendo do tamanho da cidade e da velocidade do seu desenvolvimento é necessário refazê-lo periodicamente.
Isso faz com que as prefeituras façam e refaça, se necessário, o seu planejamento territorial e tenha o controle de sua expansão. É recomendável que esse mapeamento seja realizado anualmente. Os drones é a forma mais eficiente e com baixo custo para isso.
Veja alguns pontos importantes que o Engenheiro Cartógrafo Manoel Silva Neto recomenda em relação a utilização de drones nas gestões urbanas através de mapeamento aéreo com drones!
Utilizar o mosaico de ortofoto
Uma ortofoto é uma fotografia que mostra imagens de objetos em suas posições ortográficas verdadeiras. Segundo Wolf (1983) as ortofotos são geometricamente equivalentes a mapas convencionais planimétricos de linhas e símbolos, os quais também mostram as posições ortográficas verdadeiras dos objetos.
O mosaico de ortofotos é o principal produto gerado através do mapeamento aéreo com drones e através dele é possível fazer medições planimétricas como cálculo de área, perímetro e distâncias, essas informações são essenciais para uma gestão urbana eficiente.
Imagem: exemplo de mosaico de ortofotos
É necessário vetorizar o mosaico de ortofoto
Vetorização é o nome dado ao processo de transformar uma imagem bitmap em dados vetoriais. O processo geralmente é realizado em programas como Autocad e softwares GIS onde são extraídas feições de interesse como vias, guias, prédios, casas, árvores, postes de energia, boca de lobos, entre outros.
Criar um banco de dados (SIG)
O banco de dados é georreferenciado quando os dados constantes nele realmente condizem com o objeto real representado. O principal componente é o SIG (Sistema de Informações Geográficas) que é utilizado para a realização de análises complexas das informações contidas sobre um determinado local, empreendimento, fenômeno climático etc.
No caso das prefeituras, a utilização dos bancos de dados do SIG é uma forma de armazenar o histórico dos mapeamentos antigos e das bases cadastrais geradas, através deste SIG é possível acompanhar o desenvolvimento da cidade ao longos dos anos.
Além disso, o SIG permite inserir as informações do IBGE nos mapeamentos, onde se pode comparar com outras informações socioeconômicas, faixa etária, renda, etc. Isso faz com que o município tome decisões de forma mais estratégica, como por exemplo, qual a região mais carente da cidade que necessita de um posto de saúde.
Imagem: exemplo de banco de dados
Cálculo de IPTU
Utiliza o mosaico de ortofoto e a base cadastral
O fator mais importante deste tipo de trabalho são as medidas realizadas no mosaico de ortofoto gerado através do mapeamento aéreo, para que não haja problemas, é de extrema importância que não tenha distorções no mesmo, pois, neste caso, as medidas extraídas estarão erradas.
Saiba como o cálculo de IPTU da prefeitura da sua cidade influencia diretamente no seu bolso!
Vetorização dos prédios, vias e quadras
A vetorização é o processo de extração de elementos gráficos de uma imagem, após o mapeamento e geração do mosaico de ortofoto é necessário extrair elementos como ruas, guias, lotes e edificações, é através desses vetores que serão calculados as áreas dos lotes e edificações onde posteriormente será calculado o IPTU do imóvel.
Cálculo de área dos prédios e terrenos
Através da vetorização são extraídos os cálculos da área do terreno e das edificações.
Comparação com base anterior
Toda prefeitura possui um método de cobrança por mais precário que seja, após extrair as novas medidas é comparado com a base existente para verificar se existe alguma coerência, se algum contribuinte realizou alguma benfeitoria em seu terreno e não informou a prefeitura.
Plano diretor
Planeja a expansão territorial da cidade
Segundo o InfoEscola, “o plano diretor é um instrumento da política urbana instituída pela Constituição Federal de 1988, que o define como “instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.”, é regulamentado pela Lei Federal n.º10.257/01, mais conhecida como Estatuto da Cidade, pelo Código Florestal (Lei n.º4.771/65) e pela Lei de Parcelamento do Solo Urbano (Lei n.º 6.766/79).”
O Plano Diretor é algo macro, é estruturar o crescimento do município sabendo responder algumas questões como, por exemplo: quanto a minha cresce ao ano? Em que velocidade? E a partir daí criar políticas públicas planejadas.
Zoneamento Urbano
Zoneamento urbano é basicamente o planejamento urbano. Ficou conhecido no século XX, caracterizado pela aplicação de um sistema legislativo que procura regular o uso e ocupação de solo urbano por parte dos agentes de produção do espaço urbano.
Dessa forma, zoneamento urbano é definir e classificar as zonas da cidade e isso influencia diretamente no cálculo de IPTU, pois a partir daí a prefeitura pode precificar valor do cálculo do IPTU e criar estratégias de ampliação e otimização dos bairros.
Imagem: exemplo de zoneamento urbano
Controle epidemiológico
Muitas prefeituras têm aderido ao uso de drones para fins de controle epidemiológico. Segundo o levantamento da Secretaria da Saúde, da Prefeitura de São José dos Campos, o uso do drone no combate à dengue teve resultados positivos.
Dos 75 imóveis vistoriados em 2015, em 31 os problemas foram sanados após contato com o proprietário e 44 foram autuados e multados.
Cadastro epidemiológico para análises regionais
Com o mapeamento de áreas com possíveis focos de dengue e demais vírus, é possível fazer o cruzamento de dados e saber em quais regiões manter um trabalho mais ostensivo e assertivo.
Antecipação das tomadas de decisão
Quanto antes a prefeitura enxergar o problema mais fácil ela poderá agir, daí a importância do uso dos drones na mensuração e identificação de controle epidemiológico.
O mapeamento aéreo com drones é uma importante ferramenta no auxílio das tomadas de decisões ajudando no planejamento e estruturação do crescimento da cidade.
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