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Uma das etapas do Checklist Pré-Voo consiste em verificar as condições climáticas, ou seja, a previsão de tempo e condições atuais para voar.
Um conceito muito comum nesse sentido é o da “Janela de voo”, que nada mais é do que o período disponível para realizar o Mapeamento Aéreo. A necessidade de se determinar esse período vem da quantidade de sombras nas imagens capturadas. Para entender sua importância, observe o problema que podemos enfrentar se não respeitarmos a janela de voo:
Devido a trajetória do sol no horizonte, nós temos as sombras dos objetos. Como o mapeamento aéreo são tomadas de fotos verticais, as sombras dos objetos influenciam diretamente no produto final. Se o voo for realizado muito cedo ou muito tarde do dia, as sombras serão maiores e cobrirão mais objetos e maiores áreas na imagem.
Quando a sombra cobrir um alvo, você não terá uma resposta espectral adequada desse alvo e não conseguirá identificá-lo com qualidade na imagem, pode ocorrer também de no processamento fotogramétrico o software não conseguir identificar esses objetos “escuros” e deixar buracos no modelo devido às sombras.
Para evitar esse problema, definimos aqui na DronEng uma estratégia, através de sites simples como o CPTEC/INPE: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos que nos mostra o horário de nascer e pôr do sol, conseguimos descobrir qual o horário exato que o sol estará a pino (no pico), ou seja, a menor quantidade possível de sombra e o cenário ideal para o mapeamento aéreo. Utilizamos esse site porque o horário de pico do sol é variável, dependendo do seu local na Terra e a inclinação da Terra em relação ao Sol.
Sabendo o horário de pico, nós subtraímos 2h e acrescentamos duas horas, tendo então uma janela de voo de 4h onde é mais viável fazer o mapeamento. É claro que você pode aumentar essa janela de acordo com seu projeto e sua necessidade, mas esse período seria o ideal.
Um outro fator que pode causar esse problema de excesso de sombra nas imagens são as nuvens, por isso é importante também consultar a previsão meteorológica para a cobertura de nuvens no mesmo site do CPTEC/INPE vocês podem ver essa previsão.
Para análises quantitativas, onde o objetivo é mensurar, as sombras ou nuvens podem prejudicar, mas não é um fator crítico. Já em análises qualitativas, onde o objetivo é fazer análises espectrais,essa influência pode ser determinante nos resultados.
Aqui estão três dúvidas relacionadas ao assunto:
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Sabendo a direção do vento, seria melhor planejar faixas de voo com vento lateral ou vento de frente e no retorno vento contrário?
As faixas de voo perpendiculares à direção do vento são importantes apenas para os ASAS FIXAS, quando utilizar o multirotor não tem problema uma ou outra direção de voo, recomendamos que faça faixas mais longas na sua área para que ganhe mais autonomia, pois tem que fazer menos curvas.
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Ao usar uma câmera NDVI: É possível ter um bom resultado de imagens feitas com drones em dias nublados? Qual seria a limitação? Seria uma regra ter o sol aberto?
Indicado: Leia esse post sobre NDVI caso tenha dúvidas sobre o assunto: https://blog.droneng.com.br/ndvi-com-drones-saude-da-vegetacao-atraves-de-imagens/
O tempo nublado atrapalha um pouco as imagens pois ficam um pouco escuras, mas é possível fazer uma correção de iluminação em softwares, como no Agisoft Photoscan.
Quanto ao NDVI você deve fazer os voos em dois cenários, 1 com o céu de brigadeiro (totalmente aberto | sem nuvens) e 2 com o céu totalmente fechado, porque se por acaso no seu voo houver nuvens ele atrapalhará muito no resultado do NDVI, mostrando como problema na plantação os locais onde há sombra.
Segue a dica do Tony Sampaio, um dos nossos inscritos no canal do YouTube: “Em dias nublados a luz se propaga de forma difusa, não gerando sombras, portanto a janela de mapeamento se estende do nascer do sol ao pôr do sol, o que favorece o uso de drones, pois em geral voam abaixo das nuvens. ”
3. O estado da ionosfera influencia no sinal GPS do Drone. Antes do voo não seria interessante analisar o estado da ionosfera?
Realmente é interessante você analisar a atividade na Ionosfera, mas levanto em consideração que os VARPS (Veículos Aéreos Remotamente Pilotados) utilizam um GPS de navegação, e o TEC apesar de influenciar no posicionamento o resultado desta influência no GPS de navegação não é alto a ponto de prejudicá-lo, logo creio que não haveria problemas em voar com TEC alto.
Já voei em dias com TEC alto e baixo, com tempestade solar e dias calmos e nunca tive problema em relação as acurácias alcançadas nos projetos, o que poderia influenciar é no posicionamento geodésico dos pontos de apoio, mas se utilizar técnicas corretas e equipamento de qualidade dificilmente terá problemas.
Esse assunto é abordado em uma das aulas do Curso Online de Mapeamento Aéreo com Phantom. Quer saber mais sobre essa capacitação? Conheça: