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Em fevereiro de 2013, uma matéria de capa da revista Time me chamou atenção pela seguinte chamada: “Rise of the drones” (algo próximo de: a ascenção dos drones). Até então, falava-se muito pouco sobre o assunto, esses tais drones. No artigo, estipulava-se que, em breve, Hollywood começaria a usá-los em filmagens; a polícia, a procurar suspeitos; engenheiros, em suas construções e fazendeiros sobrevoariam suas plantações gigantescas.
Essa última aplicação, na agricultura, não teria ficado tão claro para mim se não fosse pela demonstração realizada pelo pessoal do estande da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na Agrishow, a maior feira de agronegócio da América Latina e uma das maiores do mundo, que aconteceu em Ribeirão Preto de 28 de abril a 2 de maio. Para o pesquisador da Embrapa Instrumentação e responsável pelo projeto desde o início, Lúcio André de Castro Jorge, “o drone é o olho do agricultor”.
Parecia mesmo uma abelha, ou um “zangão”, como sugere o nome em inglês. Tinha quatro hélices, uma câmera GoPro acoplada a parte inferior e pesava menos de 1 kg. A grande novidade apresentada na feira não foram os drones (robôs aéreos geradores de imagens que ficaram conhecidos pelo uso militar), tampouco sua aplicação na agricultura – a Embrapa calcula que, só no Brasil, cerca de 300 agricultores já o utilizam (sem contar as demais aplicações, pois o número ultrapassa os dois mil em território nacional).
O que chamou atenção de inúmeros veículos da mídia foi a tecnologia de última geração dessas micro máquinas e o fato de estarem, a partir de agora, muito mais acessíveis não só ao grande produtor rural mas também aos pequenos e médios. Isso quer dizer que a chamada Agricultura de Precisão não está mais restrita a fazendeiros endinheirados e grandes exportadores.
Entre outras funções, de detectar falhas no meio da plantação, manchas de invasores e deformidades no tamanho de plantas. Os mais avançados, maiores e mais caros, pensados para gerenciar grandes terrenos, são capazes ainda de captar problemas como estresse hídrico e deficiência nutricional, graças ao modo infravermelho da câmera, além de medir a temperatura do vegetal e do solo com a câmera térmica. Essas vantagens possibilitam um controle mais inteligente e eficiente da plantação, levando ao aumento da produtividade, diminuição do uso de agrotóxicos e, consequentemente, do impacto ambiental.
Segundo Lúcio, em três cultivos os drones na agricultura andam bastante expressivos: o de cana-de-açúcar, pela alta falha de plantio; em florestas, pela estimativa de produção; e em citriculturas, por serem alvos frequentes de doenças. “A tecnologia chegou no campo para ficar, e o processo não tem mais volta”, ele afirmou confiante. Recentemente, o ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues estimou que nos próximos anos o Brasil deve aumentar sua produção em aproximadamente 40%, reafirmando seu papel como “celereiro do mundo”.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), só no ano passado, o PIB do agronegócio brasileiro foi de R$ 1,02 trilhão – mais de 20% do PIB total do país. Para 2014, a previsão é que haja crescimento de 3,8%.
Fonte: Brasil Post
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