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Acompanhe essa matéria e veja as peculiaridades de um mapeamento aéreo com drones dentro de galpões, onde não há sinal de satélites de GPS.
A intenção é deixar claro que mesmo com essa grande adversidade existem técnicas para realizar esse tipo de mapeamento com qualidade satisfatória.
MAPEAMENTO AÉREO COM DRONES
Sabemos que o mapeamento aéreo utilizando drones vem sendo utilizado de maneira cada vez mais frequente devido à facilidade de acesso a esta tecnologia e a rapidez na geração dos produtos finais.
No entanto, para projetos que requerem acurácia posicional de ordem centimétrica, o uso de pontos de apoio coletados através de um GPS geodésico é imprescindível.
Estes pontos são responsáveis pela “amarração” entre as coordenadas das fotos capturadas, as coordenadas no terreno e também pela verificação dos erros no fim do processamento.
Uma utilização muito comum dos drones no setor de mineração é no mapeamento de regiões internas, principalmente galpões, para fins de medição do volume de pilhas de estoque, combustível e rejeitos.
MAS COMO É POSSÍVEL GERAR UM MODELO TRIDIMENSIONAL ACURADO DE LOCAIS ONDE A OBSTRUÇÃO DO SINAL DO GPS É QUASE TOTAL?
Para que os pontos de apoio sejam coletados corretamente nessas situações é necessário fazer uso de uma técnica muito comum na topografia, chamada transporte de coordenadas.
Esse procedimento é realizado utilizando uma estação total (equipamento que mede e armazena distâncias e ângulos) para transportar as coordenadas de um ponto com posição conhecida até outros pontos de coordenadas desconhecidas.
Na prática, deve-se primeiramente coletar as coordenadas de dois pontos externos ao galpão que será mapeado utilizando um receptor GNSS geodésico.
Um dos pontos é o local de instalação da estação total enquanto o outro é o ponto para a “visada de ré” da estação, que será usado como referência para determinar a posição dos pontos dentro do galpão. Ambos devem ser coletados com alta acurácia para minimizar a propagação de erros.
Em seguida, é necessário instalar a estação em um dos pontos rastreados e fazer a visada de ré utilizando um prisma topográfico.
A partir daí, basta implantar os pontos de apoio dentro do galpão normalmente, coletando as suas coordenadas apenas com o prisma e as visadas da estação total.
Lembre-se que será necessário utilizar softwares específicos para extrair e processar os dados deste equipamento.
Finalizada a coleta de todos os pontos de apoio deve-se ficar atento no momento da realização do voo, pois não haverá auxílio do GPS interno para estabilização do drone.
Sendo assim, os voos devem ser feitos manualmente e de maneira livre (sem seguir linhas de voo), mantendo alta sobreposição entre as imagens capturadas, com a câmera em posição oblíqua de forma a obter a maior quantidade de detalhes internos possível.
No momento do processamento das imagens no Agisoft Metashape o procedimento é o mesmo como em qualquer outro projeto. No entanto, as coordenadas presentes nas fotos capturadas não são confiáveis e por isso devem ser removidas na opção “Clear All”, conforme a figura.
MAPEAMENTO DENTRO DE GALPÕES
Caso os procedimentos sejam seguidos conforme recomendamos, os produtos gerados podem atingir níveis de qualidade muito satisfatórios.
Sendo assim, o fato de não haver recepção de sinal dos satélites do GPS não impede o levantamento aéreo com drones para obtenção de modelos georreferenciados.
É necessário apenas o auxílio da topografia clássica, com a técnica de transporte de coordenadas, para que seja possível obter coordenadas georreferenciadas em ambientes internos, como galpões.
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