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É possível realizar Fotogrametria com Phantom? Essa é uma questão que recebemos de forma recorrente! Saiba mais:
Post atualizado: 01/02/2017
A primeira versão desta matéria foi lançada em maio de 2015. Na época a DJI utilizava as câmeras GoPro em seus modelos e estava migrando para suas câmeras próprias, de lá pra cá muita coisa mudou, os modelos “Phantom” melhoram exponencialmente em cada lançamento o que nos levou a atualizar este post. Confira abaixo:
Primeiramente vamos entender o que é um Drone!
Drone em inglês significa zangão. Este nome foi atribuído aos multirotores devido à semelhança do barulho dos seus motores ligados com o barulho do bater das asas de um zangão. Para ficar mais claro considere “Drone” como um apelido do VANT, e o que seria VANT?
VANT é um acrônimo de Veículo Aéreo Não Tripulado. Nada mais é que aeronaves que operam sem a presença de um piloto a bordo. De uma maneira futurística seriam “robôs voadores”, já que drone é um apelido, considere o VANT como o nome científico.
Acredito que o termo drone soa mais familiar pra você, não é mesmo?
Isto ocorre porque a mídia convencionou este nome, ou seja, os veículos de comunicação aderiram a esta palavra e convenhamos que ela realmente possui um apelo maior, soa mais tecnológica não acha? Talvez possa ser por vermos com mais frequência e acabamos achando estranho o termo VANT que é menos popular.
Porém, vale ressaltar que o termo correto é o VANT, pois existem diversos mercados que fazem o uso desta tecnologia para suas finalidades. Você já notou o tanto de aplicações que surgiram na mídia com a utilização desta nova tecnologia?
O que é Fotogrametria?
Um dos mercados que ficou popular com o surgimento dos VANTs foi a Fotogrametria, ciência que mapeia grandes áreas através de câmeras embarcadas em aeronaves, esta ciência surgiu em 1849 na França e já passou por diversas transformações até a chegada dos drones, pode ser encontrada na grade de alguns cursos de engenharia, a Engenharia Cartográfica, por exemplo, tem 3 anos de Fotogrametria em sua grade curricular.
No início eram utilizadas câmeras acopladas em pombos, depois em pipas, a primeira grande transformação foi com o surgimento do avião, depois a evolução tecnológica teve destaque nas transformações futuras como a câmera digital, computadores e mais recentemente os Drones.
O que antes era feito com aviões comuns comandados por pilotos, hoje é realizado por um robô voador teleguiado remotamente do chão. A tecnologia é incrível não é mesmo?
Se você deseja se aprofundar neste tema, acesse esta matéria, onde nós fizemos uma comparação entre a topografia e a fotogrametria abordando aspectos técnicos, características, diferenciais e aplicações.
A parte boa desta popularização é que uma ciência cara como a Fotogrametria, barateou o seus custos e produtos que antes eram restritos aos órgãos públicos e grandes empresas de engenharia, hoje está acessível às pequenas e médias empresas.
A parte ruim é que toda popularização gera banalização, com isso vemos diversos projetos realizados sem as mínimas exigências técnicas, vale ressaltar que o mapeamento aéreo pertence a uma ciência, e como tal existem experimentos, avaliações estatísticas, etc. Além disso, o seu produto é utilizado por diversas vertentes da engenharia que exige alta qualidade.
Esse é um processo que todo avanço tecnológico passa. Por ser um mercado novo, os drones ainda precisam passar por um processo de maturidade, à começar pela legislação para o uso comercial, que mesmo sem ser publicada, não está impedindo que o mercado cresça exponencialmente, principalmente pelo trabalho de empresas sérias que estão realizando um ótimo trabalho e fomentando o mercado em todo o país.
Para que o mercado cresça de maneira responsável é necessário que as empresas tenha um corpo técnico capacitado com engenheiros com formação ou experiência em fotogrametria, por mais que o avanço tecnológico está deixando os processos mais simples e automatizados, por ser uma ciência a fotogrametria também é uma arte, e a experiência e o conhecimento técnico de um engenheiro garante um trabalho de qualidade, além disso, também é capaz de avaliar o trabalho contratado.
Este é ponto, as empresas contratantes não estão sabendo avaliar a qualidade dos produtos entregues, que só são descobertos na execução do projeto ou quando é realizado um segundo mapeamento aéreo na mesma área por uma empresa com know-how, portanto, é muito importante que o mercado se profissionalize.
É possível realizar fotogrametria com Phantom?
A resposta é Sim! Na época em que escrevi essa matéria pela primeira vez (05/2015), a DJI era uma promessa no mercado dos drones e comercializava o seu segundo modelo o Phantom Vision II, de lá pra cá muita coisa aconteceu no mercado, a DJI recebeu diversos aportes milionários e tornou-se a maior empresa do mercado mundial, até a 3DR outra grande empresa informou que não fabricaria mais o seu modelo 3DR Solo pois não dava para competir com os drones da DJI.
Falar sobre tecnologia é realmente um risco, pois em alguns meses o que você criticou foi corrigido por uma nova versão do equipamento e foi assim que aconteceu com a linha Phantom da DJI. A DJI tem uma parceria comercial com a Apple, o que deve ter inspirado a empresa em seu modelo de negócio, a DJI segue a linha da apple de reinventar cada novo modelo lançado com grandes mudanças e na sequência para de fabricar seus produtos antecessores.
Na época fiz diversas críticas ao sensor embarcado, no caso uma GoPro ou até mesmo a câmera do Phantom Vision II, isto porque estas câmeras possuía muitas distorções por conta do efeito “olho de peixe” (aspecto arredondado nas imagens) que deformam os objetos presentes na imagem influenciando nas medidas realizadas no mosaico de ortofoto gerado.
A qualidade geométrica das imagens é um dos principais requisitos de qualidade para a fotogrametria.
A cada lançamento a DJI deu uma atenção especial no desenvolvimento do sensor, que vem melhorando a cada versão, foi eliminado o efeito olho de peixe e diversas melhorias foram aplicadas na qualidade da câmera, o modelo Phantom 4 que testamos, já oferece uma boa qualidade de imagem, nas últimas versões lançadas, o Phantom 4 pro e 4 pro plus a câmera mais uma vez foi a protagonista e desta vez recebeu diversas melhorias.
Um dos principais diferencias do Phantom 4 é a sua estabilização, no mercado de mídia a estabilização das imagens é um item crucial para um trabalho profissional, por ser direcionado a este mercado, o Phantom 4 apresenta uma ótima estabilização o que ajuda na captura de imagens para o mapeamento aéreo, mas ao contrário do mercado de mídia não é necessário tanta estabilização.
Para realizar a fotogrametria com qualidade é necessária uma boa plataforma estabilizada e que possa ser programada para voos autônomos, além de, um ótimo sensor, pois este, que é o responsável pela coleta dos dados. Que a DJI fabricava ótimas plataformas isso não há dúvidas, agora tem se empenhado em melhorar os seus sensores.
A última versão lançada o Phantom 4 Pro, a câmera de bordo foi redesenhada para usar 20 megapixels do sensor CMOS. Uma lente projetada para oito elementos, organizada em sete grupos. Essa é primeira câmera DJI a usar uma abertura mecânica que elimina a distorção do obturador, que ocorre quando tiramos fotos de objetos em movimento rápido ou quando estamos voando em alta velocidade com foco mecânico.
Além da evolução tecnológica dos lançamentos da DJI, vale ressaltar aqui as atualizações dos softwares de processamento de imagens, como o Phantom é o drone mais vendido do mundo, as empresas de softwares otimizaram seus softwares para processarem as imagens dele, o que possibilitou um avanço muito grande na qualidade dos dados gerados.
Nós realizamos alguns testes com o Phantom 4 que iremos divulgar em uma próxima matéria, nós atingimos bons resultados em nossos testes, porém, vale ressaltar que independente do equipamento que você utilize, o importante é ter conhecimento sólido de todo o processo e conhecimento técnico para controlar a qualidade em todas as etapas do projeto de mapeamento aéreo.