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Você sabe o que diferencia o ortofotomosaico verdadeiro e convencional? Entenda nessa matéria os tipos de mosaicos e suas principais características.
Devido à grande quantidade de informações, facilidade de interpretação dos dados e o processo de elaboração mais rápido em comparação a uma carta topográfica, o ortofotomosaico ou mosaico de ortofotos se tornou uns dos produtos mais requisitados por prefeituras e administradores de propriedades rurais no mercado de mapeamento aéreo com drones.
Umas das características que mais chamam a atenção para o produto é a possibilidade de realizar medições diretas de distâncias, áreas e ângulos, já que possui uma escala constante que possibilita este tipo de operação.
Nesta matéria vou falar um pouco sobre os tipos de mosaicos e suas principais características.
Vamos começar falando sobre o que é um ortofotomosaico.
Para explicar melhor, eu preciso definir o que é uma ortofoto:
Uma ortofoto é uma fotografia que mostra imagens de objetos em suas posições ortográficas verdadeiras. As ortofotos são geometricamente equivalentes a mapas convencionais planimétricos de linhas e símbolos, os quais também mostram as posições ortográficas verdadeiras dos objetos.
De modo análogo, a ortofoto é um produto resultante da transformação de uma foto original em uma foto onde os deslocamentos devido ao relevo e a inclinação da fotografia são eliminados. Então um ortofotomosaico nada mais que o resultado do processo de aerotriangulação e mosaicagem das ortofotos.
Na imagem a baixo podemos ver o orotofotomosaico dividido pelas linhas de corte, onde cada divisão representa um pedaço de uma ortofoto usado no processo de mosaicagem.
Para uma transformação precisa, ou seja, para colocar o pixel da imagem original na posição correta no ortofotomosaico, precisamos do modelo digital da área mapeada.
A partir da escolha do modelo de elevação, podendo ser o modelo digital de superfície (MDS) ou um modelo digital de terreno (MDT), temos diferentes características no processo de ortorretificação e na geração do ortofotomosaico.
No caso da utilização do MDT temos a geração da ortofotomosaico clássico ou convencional. Os ortomosaicos clássicos poderão ter objetos acima do nível do terreno com vista perspectiva, variação de tamanho e ocultação de objetos, dependendo do ângulo de visão do centro da projeção, ou seja, objetos representados inclinados.
Já com o uso do MDS temos a geração do ortofotomosaico real ou verdadeiro onde os objetos acima do nível do terreno estarão em vista ortogonal, tamanho ajustado ao MDS e sem ocultação de objetos independente do ângulo de visão do centro de projeção.
Quanto ao processamento, para geração do ortofotomosaico verdadeiro, o processo é realizado de acordo com o fluxo de trabalho, geralmente bem automatizado pelos softwares de processamento, onde a intervenção manual do operador é mínima e o mds é gerado com a nuvem de pontos sem edições.
Este tipo de processamento é comum em plataformas online de processamento como o Dronedploy.
Um ponto negativo deste processo são as possíveis distorções na representação dos objetos no mosaico, principalmente vistos em telhados e objetos mais altos. As principais causas são a baixa qualidade geométrica no MDS e o baixo nível de detalhes na representação do objeto no MDS distorcido no mosaico.
Já no processamento do ortofotomosaico convencional a atuação do operador é crucial para a qualidade do produto, principalmente em duas etapas: a classificação da nuvem de pontos para a geração do MDT, onde o operador precisa avaliar as características da área mapeada para melhor configurar a filtragem da nuvem de pontos e na edição nas linhas de corte geradas no processo de mosaicagem das ortofotos.
Os pontos negativos são as características já citadas deste produto, mas que podem ser evitas com um bom planejamento e execução do voo em campo podendo atingir os mesmos resultados do ortofotomosaico verdadeiro sem distorções nos objetos representados no produto.
Um dos fatores principais na geração do mosaico de ortofotos está na qualidade dos dados gerados em campos, fruto de um bom planejamento e execução dos voos. O processamento aérofotogramétrico não faz milagres, que para gerar produtos de qualidade é preciso dados de qualidade.
Na maioria das vezes os problemas que ocorrem no processamento e nos produtos gerados são frutos da quantidade de dados insuficientes ou da má qualidade na aquisição dos dados em campo.
Por: Maurício Campiteli
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