4 números chave do mercado de drones em 2016

Tempo de leitura: 5 minutos

Para enriquecer o conhecimento sobre o mercado drones, trago um artigo originalmente publicado no site fool.com da empresa de investimentos The Motley Fool. Nele podemos entender como os gigantes da indústria de Drones competem e como os principais fornecedores dessa cadeia se relacionam.

Os Drones são o assunto do momento no setor de tecnologia. Os aeromodelistas estão voando com eles, os governos estão implementando o uso para fins militares e de vigilância e as empresas querem utilizá-los para automatizar certas tarefas. Para entender melhor esse mercado, vamos destacar 4 números chave que todos devem saber.

Um milhão

O governo Americano estima que perto de 1 milhão de drones destinados ao lazer foram vendidos no último Natal. Até novembro de 2014, a fabricante 3D Robotics estima ter vendido cerca de 500 mil aeronaves.

O novo Phantom 4 da DJI. Fonte: theverge.com

O aumento súbito nas vendas tem incentivado os fabricantes de drones, mas preocupam os órgãos reguladores da aviação civil como a americana FAA. Em dezembro de 2015 a FAA começou a exigir que os proprietários de drones que possuem peso entre 250g e 25kg, que registrem os seus equipamentos. Porém até o início de fevereiro, somente cerca de 325.000 tinham sido registrados, indicando que uma grande quantidade de drones ainda sem registro continuam voando. O número crescente de drones representam um risco até mesmo para as aeronaves de passageiros.

U$5.6 bilhões

A empresa de pesquisa MarketsandMarkets estima que o Mercado global de drones irá avançar a uma taxa composta anual de crescimento (CAGR) de 32% entre 2015 e 2020, numa indústria de cerca de U$5,6 bilhões. A empresa estima que dentre as aplicações possíveis, a agricultura de precisão com drones será a área com maior demanda com uma CAGR de cerca de 42% durante o período. Outras aplicações incluem o uso pelos órgãos de segurança pública, produção de mídia, inspeção, serviços de mapeamento e ensino.

Em termos de crescimento geográfico, a empresa estima que a demanda por drones será maior na região Ásia-Pacífico, a qual representa uma CAGR de 38% entre 2015 e 2020. Os principais players nesse mercado são a chinesa DJI Innovations, a francesa Parrot, e as americanas 3D Robotics e PrecisionHawk.

U$10 bilhões

Dessas 4 empresas citadas acima, a DJI é a maior. Em maio de 2015 seu valor era estimado em U$10 bilhões, aproximadamente 6 vezes o valor atual da empresa GoPro, a qual irá lançar seu primeiro drone no final desse ano. A DJI estimou que suas vendas dobrariam, de U$500 milhões em 2014 para U$1bilhão em 2015.

Em comparação, há uma expectativa de queda nos lucros da GoPro de cerca de 15% para U$1,4 bilhão esse ano, ao menos que o drone a ser lançado e suas famosas câmeras criem um novo crescimento. A GoPro pode encontrar sérios obstáculos na competição com a DJI que além de já liderar o mercado de drones nos últimos 3 anos, lançou recentemente lojas próprias na Ásia.

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Loja própria da fabricante DJI em Shenzen, China. Fonte: drohnen.de

A Parrot, segunda maior empresa nesse mercado, registrou aumento nas vendas de drone da ordem de 60% anualmente para 44,4 milhões de euros no último trimestre. Esse crescimento, mesmo que impressionante, é ainda tímido em comparação aos negócios de bilhões de dólares da DJI.

No topo o lançamento da Parrot, o Disco. Na parte de baixo o famoso eBee da Sensefly, empresa suíça adquirida pela Parrot. Fonte: geekmag.fr
No topo o lançamento da Parrot, o Disco. Na parte de baixo o famoso eBee da Sensefly, empresa suíça adquirida pela Parrot. Fonte: geekmag.fr

Quatro grandes frabricantes de chips

Enquanto a batalha no mercado de drones aquece, os investidores devem prestar bastante atenção em quatro fabricantes de chips considerados chave: – Ambarella, NVIDIA, Intel e Qualcomm.

A DJI atualmente compra os chips de processamento de imagem da Ambarella, a qual também fornece circuitos integrados (SoCs) para as câmeras de ação da GoPro. A Ambarella espera que os drones baseados em SoCs, que representam cerca de 10% de suas vendas, serão uma alternativa ao já lento mercado de câmeras de ação. Entretanto, a gigante Qualcomm tem se expandido no mercado com tecnologias próprias que tem se tornado referência como o Snapdragon Fligth. Rumores recentes sugerem que a Qualcomm está tentando afastar a DJI e a GoPro da Ambarella.

A Intel também tem oferecido soluções próprias, baseadas nos seus chips Atom e nos sensores de profundidade RealSense, como potenciais soluções para voos autônomos. Essa expansão complementa o avanço da Intel na direção do mercado da “Internet das Coisas” (IoT), o qual conecta os dispositivos móveis, eletrodomésticos, veículos e outros objetos à nuvem.

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Drone com processador Intel. Fonte: intel.com

Entretanto, a NVIDIA depende do mercado de drones e automóveis conectados para acelerar as vendas dos seus processadores Tegra, os quais foram marginalizados pela Qualcomm no mercado de dispositivos móveis. Ano passado, a NVIDIA lançou o Manifold, um dispositivo Linux baseado no Tegra K-1 para o drone Matrice 100 da DJI. Essa iniciativa sugere que os processadores Tegra da NVIDIA podem ser instalados em mais sistemas de navegação dos drones de última geração.

Esses números provavelmente mudarão

O Mercado de Drones é ainda um novato, e com certeza esses números mudarão assim que o mercado se desenvolva. Mais drones serão vendidos assim que novos competidores entrem no mercado, os preços irão cair, o valor de mercado da DJI continuará aumentando e um fabricante de chips pode afastar os demais do mercado. Consequentemente, os investidores devem estar atentos a esses players a cada trimestre.

O artigo Drones in 2016: 4 Numbers Everyone Should Know foi traduzido livremente pelo autor. Publicado originalmente pelo site Fool.com.

 

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