Como gerar Curvas de Nível no Mapeamento Aéreo

Tempo de leitura: 5 minutos

Quando falamos de geração da topografia do terreno, um dos produtos que logo nos vem em mente são as famosas curvas de nível, um tipo de representação altimétrica do terreno composta de linhas e traçados.

Nesta matéria irei explicar como as curvas de nível são geradas através do mapeamento aéreo e como podemos interpretá–las e assim entender as características do relevo sem visitar o local.

Antes de entrarmos no assunto principal, é importante saber o que são realmente e algumas características importantes das curvas de nível. Então, vamos lá!

Curvas de nível ou isolinhas são linhas formadas a partir da interseção de vários planos horizontais com a superfície do terreno.

Cada uma destas linhas, pertencendo a um mesmo plano horizontal tem, evidentemente, todos os seus pontos situados na mesma cota altimétrica, ou seja, todos os pontos estão no mesmo nível.

Os planos horizontais de interseção são sempre paralelos e equidistantes e a distância entre um plano e outro denomina-se Equidistância Vertical.

 

Características das Curvas de Nível

  • As curvas de nível, segundo o seu traçado, são classificadas em:

Ø  Mestras: todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros.

Ø  Intermediárias: todas as curvas múltiplas da equidistância vertical, excluindo-se as mestras.

Ø  Meia-equidistância: utilizadas na densificação de terrenos muito planos.

  • Curvas muito afastadas, que representam terrenos planos.
  • Curvas muito próximas representam terrenos acidentados.
  • A maior declividade (d%) do terreno ocorre no local onde as curvas de nível são mais próximas e vice-versa.
  • Duas curvas de nível jamais devem se cruzar
  • Duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir para formar uma curva única, com exceção das paredes verticais de rocha.
  • Nos cumes e nas depressões o relevo é representado por pontos cotados.

Para gerar as curvas de nível é necessário realizar a coleta das informações no terreno para gerar uma nuvem de pontos com coordenadas planialtimétricas, gerar um modelo digital do terreno (MDT) e por fim extrair as curvas de nível. Estas informações podem ser coletadas de forma direta no caso da topografia convencional coletando pontos por toda área de interesse, ou de forma passiva no caso de mapeamento aerofotogramétrico que irei detalhar a seguir.

                                           

Para se obter  as curvas de nível em um mapeamento aéreo com drones, é preciso fazê-las através do MDT (Modelo Digital de Terreno), onde haverá apenas informações do solo, desconsiderando qualquer tipo de interferência. Mas, para chegarmos ao MDT é preciso gerar primeiramente a nuvem de pontos com as coordenadas x, y e z referentes ao terreno mapeado.

Feito isso, é necessário a realização de uma filtragem nesta nuvem de pontos deixando apenas os pontos pertencentes à classe terreno, para que possamos gerar o MDT com as informações corretas. Gerado o MDT, basta extrair as curvas de nível. Para entender um pouco mais sobre o processo das curvas de nível, acesse a matéria: https://blog.droneng.com.br/geracao-das-curvas-de-nivel-atraves-da-malha-de-triangulos/

Através da análise visual do comportamento das curvas de nível geradas é possível interpretar as características do relevo mapeado. Abaixo temos alguns exemplos.

Depressão e Elevação: são superfícies nas quais as curvas de nível de maior valor envolvem as de menor no caso das depressões e vice-versa para as elevações.

Imagem: Elevação (imagem à esquerda) e Depressão (imagem à direita)

Colina, Monte e Morro a primeira é uma elevação suave, alongada, coberta de vegetação e com altura entre 200 a 400m. A segunda é uma elevação de forma variável, abrupta, normalmente sem vegetação na parte superior e com altura entre 200 a 300m. A terceira é uma elevação semelhante ao monte, porém, com altura entre 100 e 200m. Todas as curvas de nível aparecem isoladas sobre o terreno.

Espigão: constitui-se numa elevação alongada que tem sua origem em um contraforte, veja um exemplo na imagem a seguir:

 

Corredor: faixa de terreno entre duas elevações de grande extensão, como no exemplo abaixo:

Talvegue: linha de encontro de duas vertentes opostas (pela base) e segundo a qual as águas tendem a se acumular formando os rios ou cursos d’água, veja um exemplo na imagem abaixo:

Vale: superfície côncava formada pela reunião de duas vertentes opostas (pela base). Segundo figura abaixo, podem ser de fundo côncavo, de fundo de ravina ou de fundo chato. Neste, as curvas de nível de maior valor envolvem as de menor, exemplos:

Divisor de águas: linha formada pelo encontro de duas vertentes opostas (pelos cumes) e segundo a qual as águas se dividem para uma e outra destas vertentes, veja um exemplo abaixo:

Dorso: superfície convexa formada pela reunião de duas vertentes opostas (pelos cumes). Segundo figura abaixo, podem ser alongados, planos ou arredondados. Neste, as curvas de nível de menor valor envolvem as de maior.

O talvegue está associado ao vale enquanto o divisor de águas está associado ao dorso.

Quer saber mais sobre como gerar curvas de nível e outras bases cartográficas como MDS, MDT e mosaico de ortofotos? Conheça os nossos Curso Online de Processamento de imagens aéreas de drones com o software Agisoft Photoscan e Mapeamento Aéreo com DJI Phantom.

Os nossos cursos são realizado através de uma plataforma online com fórum integrado, respostas para as suas dúvidas pontuais e certificado automático.

Referências Bibliográficas

ISHIKAWA, M. NOTAS DE AULA. Disciplina de Topografia II do Curso de Engenharia Cartográfica – FCT UNESP, Faculdade de Ciências e Tecnologia.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *