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O Mercado de Drones cresce a cada ano e diversos segmentos como o da Agricultura com Drones estão utilizando essa tecnologia que entre outras coisas é mais acessível e prometo menores investimentos.
Revisado em 26/07/2018
Nesse post você vai saber o que é e como são usados os drones na agricultura.
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Uma combinação de sucesso
Você sabia que 95% da produção mundial de Drones serão destinados às aeronaves abaixo de 25 Kg, destas aeronaves, 80% será destinada ao agronegócio, está cada vez mais popular ouvir sobre a utilização dos Drones na agricultura de precisão, mas será que estão realizando isto de forma correta?
O simples fato de obter imagens aéreas de determinada área ajuda na visualização da área como um todo, porém, para realizar a agricultura de precisão efetivamente, é necessário que através das imagens obtidas, seja possível extrair dados relevantes que servirão de indicadores para a tomada de decisão estratégica no planejamento e gestão do plantio, como obter esses dados?
A engenharia por trás do mapeamento aéreo com Drones
A Fotogrametria é a ciência que mapeia grandes áreas através de câmeras embarcadas em aeronaves, esta técnica surgiu no século passado na França e passou por diversas evoluções desde a fase analógica até a fase digital que vivemos hoje.
A chegada dos Drones foi simplesmente uma miniaturização dos equipamentos diminuindo o custo inicial e proporcionando uma popularização desta ciência, o profissional responsável pelo planejamento, aquisição e análise destes dados é o Engenheiro Cartógrafo.
E o que a Fotogrametria faz?
Em resumo, através das imagens capturadas, estas são processadas e unificadas no que chamamos de Mosaico de Ortofotos que nada mais é que uma junção de todas as imagens capturadas, este mosaico é georreferenciado em relação ao solo e tem suas funções iguais a um mapa de traço.
Através dele é possível obter dados como: medidas lineares, angulares, vetoriais, cálculos de área, perímetro, além de servir como base para o posicionamento e distribuição de dados com coordenadas conhecidas, também é gerado o MDS (Modelo Digital de Superfície) e o MDT (Modelo Digital do Terreno), através do MDT são extraídas as curvas de nível que representa a declividade do terreno.
Da esquerda para direita: Mosaico de ortofotos, MDS, MDT e Curvas de nível
De posse da “imagem mapa” da sua área é necessário que você distribua os dados de maneira espacial, chamamos isto de geoprocessamento, para exemplificar a eficácia desta técnica trago um caso épico, em 1854 o Dr. Snow controlou uma epidemia de cólera em Londres mapeando os óbitos, ele distribuiu os óbitos em um mapa e percebeu a sua concentração ao redor de um poço, ao mandar lacrar este poço ele conseguiu controlar a epidemia, entenderam a finalidade do geoprocessamento?
Distribuir dados espacialmente é mais eficaz do que interpretar apenas dados alfanuméricos ou em forma de tabela, ele garante uma visão clara do que está acontecendo e na onde está acontecendo, com essas informações em mãos, basta planejar ações específicas em cada local da sua área, esse é o principal objetivo da agricultura de precisão.
O que é agricultura de precisão?
Recorrendo a nossa amiga Wikipédia, agricultura de precisão é uma prática agrícola na qual se utiliza tecnologia de informação baseada no princípio da variabilidade do solo e clima. A partir de dados específicos de áreas geograficamente referenciadas, implanta-se o processo de automação agrícola, dosando-se adubos e agrotóxicos.
Reparem no termo “geograficamente referenciado” é exatamente neste ponto que entra as geotecnologias, as geotecnologias são um conjunto de tecnologias para a coleta, processamento, análise e oferta de informação com referencia geográfica, o profissional responsável pelo planejamento e gerenciamento dos resultados obtidos são o Engenheiro Cartógrafo ou Engenheiro Agrimensor.
Para que esta parceria dê certo é necessário que o Engenheiro Agrônomo e Engenheiro Cartógrafo trabalhem em conjunto, como isso funciona? Os mapas gerados indicam onde está ocorrendo o problema, qual é o tamanho do problema e qual a posição exata em que o problema se encontra na área de interesse, porém, será o Engenheiro Agrônomo que irá identificar o que são estes problemas, quais são as suas causas e quais medidas serão tomadas para sanar.
Após uma análise minuciosa o Eng. Agrônomo terá que tomar as decisões cabíveis, neste momento o Eng. Cartógrafo irá dar o subsídio necessário para que as soluções proposta sejam implantadas nas áreas pré-determinadas no mapeamento anterior, e após a implantação o mesmo irá realizar outro mapeamento para verificar se houve melhorias reais nas áreas tratadas.
Sobre os Drones
Os Drones representam um grande avanço na Agricultura, além da automatização de diversos processos, melhorias de logística, gestão inteligente, esta combinação proporciona um novo patamar a este mercado, impulsionado pela concorrência do mercado internacional a principal procura são de usinas de cana-de-açúcar.
Após alguns números negativos em relação a 2013 o Drone é aposta deste seguimento para aumentar o desempenho e diminuir custos através do investimento em tecnologia e inovação. Se implementado de forma correta esta tecnologia pode aumentar a produtividade na agricultura entre 15% a 20%,segundo o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP ao analisar áreas agrícolas em que os Drones já foram utilizados.
Esta técnica pode ser utilizada em todo processo do plantio, através da fotogrametria é possível obter a topografia do terreno de grandes áreas em um único voo e proporcionar maior detalhamento do solo devido à quantidade de pontos coletados, com estas informações é possível realizar o planejamento do plantio de forma a proporcionar uma melhor ocupação do solo, após o plantio ela os Drone pode ser utilizado para gerar indicadores qualitativos e quantitativos sobre a plantação.
Possibilidades
Uma área que tem caminhado lado-a-lado com o Drones é a visão computacional, estes profissionais são responsáveis pela criação de softwares que realizam análises na imagem de forma precisa e automática, após o plantio, através de uma classificação do mosaico de imagens é possível quantificar e gerar a estatística de aproveitamento do solo.
Outra aplicação que tem chamado à atenção das usinas é o levantamento de falhas no plantio automatizado, o software identifica as áreas onde as falhas ocorrem, com as coordenadas destas falhas é possível medir a eficiência do plantio e realizar o replantio nas áreas onde as falhas ocorrem aumentando a produção.
Através de câmeras que capturam imagens na banda infravermelho próximo, é possível realizar o NDVI Normalized Difference Vegetation Index, Índice de vegetação por diferença normalizada traduzido para o português, por meio deste processo é possível identificar através das imagens quais áreas estão sadias e quais estão estressadas de uma plantação, caso você tem interesse nessa área, eu falo mais detalhadamente neste post aqui: NDVI ou NDRE: entenda as diferenças e possibilidades de aplicações.
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