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O homem sempre necessitou conhecer o meio em que vive por questões de sobrevivência, orientação, segurança, guerras, navegação, construção, etc. No princípio a representação do espaço baseava-se na observação e descrição do meio. Cabe salientar que alguns historiadores dizem que o homem já fazia mapas antes mesmo de desenvolver a escrita. Com o tempo surgiram técnicas e equipamentos de medição que facilitaram a obtenção de dados para posterior representação. A Topografia foi uma das ferramentas utilizadas para realizar estas medições.
Já o mercado de trabalho exige cada vez mais eficiência e rapidez na entrega de projetos, além da concorrência cada vez maior que faz com que os preços sejam cada vez menores. Devido a isto as empresas tem o desafio de entregar o projeto de forma mais rápida com um preço menor.
Por esse motivo as empresas estão em constante busca por tecnologias, ferramentas ou métodos que possam aumentar a produtividade e diminuir os custos. Quando você vai apresentar um projeto a uma empresa, se você não chegar nessas duas palavrinhas mágicas dificilmente terá abertura para apresentar a sua solução e posteriormente fechar um contrato.
Devido a esta necessidade e o conceito de inovação cada vez mais difundido surgem diversas tecnologias com a proposta de otimizar o trabalho e diminuir os custos. Na topografia não é diferente! Vamos conhecer um breve histórico de inovação tecnológica desta ciência:
Teodolito
É um instrumento de precisão óptico que mensura ângulos verticais e horizontais, aplicado em diversos setores como na navegação, na construção civil, na agricultura, etc. Com o teodolito os ângulos medidos são anotados a mão em uma caderneta e posteriormente são calculados para determinar as posições dos pontos coletados.
Estação Total (Medidor Eletrônico de Distância)
É um instrumento eletrônico utilizado na medida de ângulos e distâncias. A evolução dos instrumentos de medida de ângulos e distâncias trouxe como consequência o surgimento deste novo instrumento, que pode ser explicado como a junção do teodolito eletrônico digital com o distanciômetro eletrônico, montados num só bloco.
Através da estação total os ângulos são armazenados no próprio aparelho e os cálculos são realizados através de softwares topográficos.
Com a necessidade de aumentar a produtividade surgiu no mercado às estações totais sem prisma, onde não é necessário um auxiliar ocupar o ponto de interesse com um bastão com prisma. Também surgiram às estações robóticas, onde a estação total mira no prisma automaticamente sem a necessidade de um operador para apontar o aparelho e coletar as informações.
RTK
Um receptor GPS/GNSS RTK é aquele que provê o posicionamento relativo cinemático em tempo real, chamado de Real Time Kinematic, que permite ao operador obter informações, diretamente no campo, sem a necessidade de pós-processamento e atinge uma posição centimétrica. Este posicionamento oferece ao profissional de topografia uma maior agilidade, qualidade, rapidez, precisão e posicionamento em tempo real in loco e pode ser usado em diversas aplicações.
Mapeamento aéreo com Drones (Aerofotogrametria)
Na verdade esta é uma evolução tecnológica na Fotogrametria, ciência responsável por mensurar áreas de forma remota através de sensores embarcados em aeronaves tripuladas e não tripuladas. Porém, com a chegada dos drones os custos ficaram tão baixos que a fotogrametria passou a concorrer com a topografia, portanto, muitas empresas de topografia estão aderindo ao mapeamento aéreo com drones para aumentar a produtividade e diminuir os custos do seu negócio.
Produtividade
A produtividade é o principal diferencial do mapeamento aéreo com Drones. Em 1,5 hora de voo é possível mapear mais de 1000 ha com uma pessoa em campo. Para esta mesma quantidade de área seria necessária pelo menos 1 semana para levantar com 1 operador em campo utilizando RTK.
Este aumento de eficiência e produtividade representam um ganho significativo de escala, a empresa de topografia poderá pegar mais projetos, além de entregar os produtos finais em menor tempo para o cliente.
Diminuição de custos
Uma equipe de topografia é formada geralmente por 3 pessoas: um responsável por manusear a estação total, um responsável por desenhar o croqui de localização que será utilizado posteriormente em escritório para ligar os pontos e um auxiliar responsável por percorrer o terreno com um bastão e um prisma coletando os pontos de interesse, dependendo do tamanho da área são utilizados mais auxiliares.
Em escritório é necessário uma pessoa responsável por descarregar os dados da estação total, processar os pontos coletados e posteriormente desenhar a planta topografia em softwares de CAD.
Já no mapeamento aéreo com drones é necessário apenas um operador em capo que será responsável por coletar as imagens aéreas e um técnico no escritório responsável por descarregar as imagens e as informações do voo, processar e gerar os produtos finais.
Com a diminuição de pessoas em campo consequentemente a empresa terá uma diminuição dos custos com equipe, além de custos de transporte, translado, alimentação, hospedagem, horas extras, etc.
Topografia x Fotogrametria com Drones
Nós realizamos um case técnico em parceria com a EJECart – Empresa Júnior de Engenharia Cartográfica, afim de comparar a topografia coma fotogrametria com Drones. Utilizamos as duas técnicas em uma mesma área e comparamos os resultados como pessoas envolvidas, tempo de campo, tempo de escritório, produtos gerados e precisões alcançadas.
Abaixo segue um resumo da produtividade:
Como você pode ver o tempo de campo foi muito menor na Fotogrametria, totalizando 45 min. Já na topografia foram necessários 8h15 min. Na topografia foram utilizadas quatro pessoas em campo, já na fotogrametria foram utilizadas duas pessoas.
Em escritório no processamento dos dados foram utilizadas apenas 1 técnico tanto para a topografia quanto para a fotogrametria. O tempo de processamento dos dados e geração dos produtos finais na topografia foi de 2h30min já na fotogrametria foi de 05h09min, lembrando que deste tempo da fotogrametria, 30 minutos foram de preparação dos dados e configuração do processamento já o restante foi tempo de processamento de máquina, onde não há necessidade da presença do técnico.
O tempo total utilizado para a topografia contando campo e escritório foi de 10h45min já na fotogrametria foi de 05h54min.
Vale ressaltar que a área analisada no case era uma área pequena para viabilizar o uso da topografia. Em áreas maiores a produtividade da fotogrametria aumenta e da topografia diminui, isso porque na fotogrametria eu consigo mapear uma área maior aproveitando a autonomia do drone e na topografia uma área maior demanda de mais tempo percorrendo em campo.
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