Open Drone Map: conheça o software de processamento

Tempo de leitura: 4 minutos

Diante de muitos questionamentos sobre o uso de um software de processamento com menor valor aquisitivo, foram realizados alguns testes com o Open Drone Map, que é um software de processamento de imagens que possui código aberto. A intenção dos testes foi de analisar a qualidade dos produtos gerados para que o programa pudesse ser indicado, ou não, para fins comerciais. Pelo motivo de possuir o código aberto, qualquer pessoa da comunidade pode alterar e melhorar o algoritmo interno do programa. 

O objetivo dessa matéria é apresentar os resultados obtidos com os testes e expor a opinião do time de engenheiros da Droneng com relação ao programa de processamento.

Nome: Open Drone Map

Ano de lançamento: 2014

Linguagens: Python, C++, Java Script, Shell, GOL

Sistemas Operacionais: Windows, Linux e MAC

Valor: 57 dólares – R$ 290,13 (dólar 5,09)

Obs: A versão do software para o windows custa 57 dólares, já a versão para o Linux é gratuita.

Dentre as várias opções do site, existe essa de comparar a ortofoto gerada em diferentes softwares:

Nos cantos superiores esquerdo e direito você consegue alterar o software que quer comparar. 

Eles permitem também a demonstração gratuita diretamente na web, com alguns projetos já iniciados, observe as imagens:

Nuvem de pontos: 

1.000.000 de pontos

Ortofotomosaico:

Instalação do software

Requisitos mínimos da máquina:

  • Windows 7
  • CPU 64 bits
  • 20GB de espaço livre
  • 4 GB RAM (mínimo) – 16 GB RAM (indicado)

A instalação é bem simples, e no momento de baixar o programa você recebe um arquivo em PDF que explica o passo a passo bem detalhado desse processo.

Interface, funcionalidades e resultados

É necessário internet para navegar pelo software e com as credenciais do ODM é possível realizar o processamento em nuvem, se você está acostumado a utilizar um software intuitivo e com uma navegação em seu desktop como é o caso do Agisoft ou Pix4D aqui você já vai sentir bastante diferença, toda a interface do software é web.

Pontaria dos pontos de apoio

Esse foi o primeiro ponto negativo do teste, pois o software não permite a visualização a nível de pixel, o que torna a qualidade da pontaria bem inferior do que a esperada.

A etapa de pontaria dos pontos de apoio dentro do ODM, nada mais é que a formatação de um arquivo .txt contendo algumas informações importantes como: sistema de referência dos pontos coletados em campo, as coordenadas geográficas (ou UTM), as coordenadas fotogramétricas das imagens e a nomenclatura de cada uma. 

Essa orientação de formatação é apresentada no site do próprio software, e é extremamente necessária para que o ODM consiga reconhecer as informações e melhorar a acurácia do projeto.

Ok, mas você deve estar se perguntando como são obtidas as coordenadas fotogramétricas dos pontos de apoio, certo? Observe:

Nessa etapa foi utilizado o software QGIS:

  1. Imagens carregadas dentro do software de pós-processamento
  2. Marcação de um ponto em cada centro dos pontos de apoio, para gerar uma tabela com as respectivas coordenadas
  3. Formatação do arquivo .txt com todas as informações necessárias

Nível máximo de zoom do software ODM para a pontaria dos pontos:

Resultados dos testes

Aqui vai ser comparado os resultados do Open Drone Map diretamente com os produtos gerados pelo Agisoft Metashape, para que vocês consigam perceber bem a diferença entre eles.

  • Nuvem de pontos

Único produto da base que não apresentou diferenças significativas.

  • Modelo Digital de Superfície

Esse foi o produto com maior qualidade que o software conseguiu gerar.

  • Modelo Digital de Terreno

Infelizmente o software não consegue fazer uma boa filtragem, a classificação de feições “terreno” e “não terreno” é feita com uma qualidade bem inferior da ideal, então o produto acaba sendo bem parecido com o MDS, o que inviabiliza o uso do Modelo Digital de Terreno.

  • Ortofotomosaico 

As linhas em amarelo delimitam o produto gerado no Open Drone Map, ele foi sobreposto com o Google Earth para destacar a resolução, que neste caso acaba sendo um pouco pior que a do Google Earth, devido as grandes distorções que o software não permite corrigir.

Imagina só usar esse ortomosaico para medir o perímetro e a área das edificações? Com certeza, os dados coletados estariam bem distantes da realidade, afetando de maneira negativa a qualidade do serviço.

Nessa comparação é nítida a diferença de detalhamento do produto em ambos os softwares:

Mas e aí, dá pra usar o ODM ou não?

Diante do exposto aqui na matéria, o nosso time de especialistas concluiu que o uso do software de processamento Open Drone Map é recomendado apenas para fins acadêmicos, além de ser bacana também para ter o primeiro contato com o processamento fotogramétrico. 

Para fins comerciais é totalmente inviável, visto que a qualidade é muito inferior da ideal para os produtos que compõem uma base cartográfica completa.

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