Pontos de Apoio com Google Earth Pro

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Primeiramente, vale destacar uma dúvida muito comum das pessoas que é a necessidade ou não dos Pontos de Apoio na Topografia com Drones. Pois bem, vamos lá: os projetos a serem utilizados pontos de apoio, são aqueles que necessitam de acurácia posicional e/ou que serão materializados em campo. Isto é, projetos que precisam de localização e coordenadas acuradas. Já os projetos pontuais, que possuem a finalidade de medir área, perímetro, volume ou ângulos, não necessitam de pontos de apoio, assim como aqueles que tenham a finalidade de uso informativo.

Agora, reforçando o conceito, os pontos de apoio são foto-identificáveis, ou seja, são objetos, alvos, detalhes no terreno,  que irão aparecer nas imagens aéreas. São utilizados para fazer a relação entre o sistema de coordenadas da imagem com o sistema de coordenadas do terreno,  e além disso, são importantes pois levam acurácia posicional para o projeto. Nesse contexto, existem os pontos de controle e pontos de verificação, clique aqui para conferir na íntegra a matéria na qual abordamos a diferença entre eles.

Afinal, posso coletar as coordenadas dos pontos de apoio através do Google Earth Pro ?

O Google Earth é uma ferramenta muito boa para visualização de dados espaciais, porém, ele não foi feito para ser preciso, logo deve-se tomar cuidado ao confiar na sua “precisão”. No melhor dos cenários (imagens orbitais da DigitalGlobe/Quickbird) é que temos uma resolução espacial de 60cm, em casos como Ikonos e Landsat, chegam a mais de 1 m – dependendo da região – isso a nível de pixel, pode acarretar em erros de 5/10/15 metros na precisão, e para o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC), é necessário tanto um georreferenciamento como uma ortorretificação das imagens, obtidas através do processamento aerofotogramétrico.

Também é importante ressaltar a possível desatualização das imagens fornecidas pelo Google Earth, tendo em vista que a época de captura não segue uma ordem cronológica. É comum utilizarmos o software para analisar o relevo da área de interesse, porém, os seus dados não possuem alta precisão para serem utilizados como pontos de apoio.

Repare no exemplo a seguir, a diferença das coordenadas X e Y apresentadas pelo Google Earth e Metashape (que por sua vez foram coletadas por um receptor GNSS RTK) em um mesmo ponto, determinado aleatoriamente na região de interesse – canto inferior esquerdo da letra P na marca PARE.

Google Earth PRO: 460686,69m e 7.554623,97m
Metashape: 460687,18m e 7.554625,93m

A resultante do erro chega na casa dos 4m, isso analisando um único ponto, que com a propagação do levantamento tende a aumentar. Esse erro já é o mesmo oferecido pelo receptor GNSS de navegação embarcado no drone, portanto, não faz sentido coletar os pontos de apoio no Google Earth. Neste caso é melhor utilizar somente os dados do drone.

Para alcançar uma acurácia centimétrica no projeto é necessário que os pontos de apoio sejam coletados por um receptor GNSS geodésico que pode ser um modelo pós-processado ou RTK, no primeiro é possível chegar em uma acurácia milimétrica, como por exemplo, 1 a 3 milímetros, já no segundo é possível chegar na ordem de 1 a 3 centímetros.

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