Drone para mapeamento: como escolher?

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Quer entrar no mercado de mapeamento aéreo com drones, mais conhecido como topografia com drones, mas não sabe qual modelo de drone você deve adquirir? Nessa matéria, vamos te ajudar a escolher um modelo que se encaixa na sua necessidade.

Os drones estão cada vez mais populares e acessíveis no mercado de engenharia, pode-se dizer que esta tecnologia não é mais do futuro e sim do presente. Os drones já são utilizados em projetos de engenharia desde 2012, ou seja, já são mais de 10 anos de aplicação. Porém, num país como o Brasil, de dimensões continentais e diversas demandas de infraestrutura, essa tecnologia ainda reserva oportunidades promissoras.

Imagem 1 – Mapeamento aéreo com Drones. Fonte: https://dronelife.com/2018/10/15/phantom-4-rtk-launched-globally-today-djis-ultimate-mapping-solution/

Você não precisa de um drone para começar

Exatamente, parece contra intuitivo, mas a verdade é que você não precisa de um drone para iniciar. Em um projeto de mapeamento aéreo, o drone é utilizado para capturar as imagens aéreas da área de interesse e isso é apenas uma parte do processo. A parte onde você vai dispor de mais tempo e conhecimento é no processamento das imagens.

E para isto, você não precisa ter uma aeronave, por exemplo, se você adquirir alguma metodologia da DronEng, serão disponibilizados todos os dados necessários como as imagens aéreas e os pontos de apoio para que você possa aprender a processar.

Além disso, se você for trabalhar em uma empresa você não precisa ter um drone, ou até mesmo se você for prestar serviços, você pode alugar uma aeronave, emprestar de alguém que conheça, fazer uma parceria com quem possui, ou até mesmo terceirizar esta etapa.

Cuidado para não paralisar a sua jornada por falta de capital para investir em um drone, o que você precisa inicialmente é de conhecimento, e esse investimento vai fazer com que você se capitalize para fazer os próximos.

Drone para mapeamento: o que levar em consideração?

  1. Compatibilidade com os aplicativos de voo automatizado
Imagem 2 – Planejamento de voo no Drone Deploy. Fonte: DronEng

Para gerar a topografia do terreno através dos drones é necessário que o mesmo possa ser controlado por algum software ou aplicativo, isto porque, ele precisa seguir uma rota pré-definida e capturar as imagens no momento correto para garantir a sobreposição entre as imagens e posteriormente a geração dos produtos cartográficos.

Portanto, a primeira coisa que você tem que analisar nas suas pesquisas é se a aeronave em questão tem compatibilidade com os aplicativos de voo automatizado. Um dos aplicativos mais utilizados para este fim é o drone deploy e você pode conferir se o modelo que está pesquisando é compatível com o aplicativo neste link: https://support.dronedeploy.com/docs/recommended-and-supported-drones 

Existem outros aplicativos como: Pix4D Capture, 3D Survey, Dronelink, Litch, Drone Harmony, dentre outros. Basta pesquisar o aplicativo desejado no google play ou app store e verificar na descrição do aplicativo se o modelo de drone é suportado. Mas para te ajudar, criamos uma tabela com os principais modelos do mercado e os respectivos apps de voo compatíveis. Confira em: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1L6pNp0Gpq5F7sOPgLH1CwMD5J2rc99_CofYSDBLmCQY/edit?usp=sharing 

Muitas pessoas nos procuram perguntando sobre as aeronaves da Xiaomi, apesar de produzir ótimas aeronaves, a Xiaomi não libera o SDK (Software Development Kit) dos seus equipamentos. Devido a isto, os app e softwares não conseguem controlar suas aeronaves impossibilitando o uso das mesmas para o fim de mapeamento aéreo.

2. Autonomia

Imagem 3 – Voo em campo com o Drone Deploy. Fonte: https://www.linkedin.com/company/dronedeploy/

Depois que você verificou a compatibilidade da aeronave com o aplicativo de voo automatizado, isso quer dizer que você pode utilizar este drone para mapeamento. O próximo ponto a ser analisado é a autonomia, pois quanto maior a autonomia, maior a área que você irá conseguir levantar em um único voo.

Mas, vale destacar que a autonomia de voo informada pelo fabricante muitas vezes pode ser superestimada, pois alguns fatores no momento do voo podem reduzir esse tempo na prática, tais como: velocidade do vento, distância entre o home point e a área de interesse e a quantidade de manobras realizadas.

Tamanho dos sensores DJI
Tamanho dos sensores da DJI. Fonte: https://www.djzphoto.com/blog/2018/12/5/dji-drone-quick-specs-amp-comparison-page

Você já deve ter ouvido falar sobre câmeras de 12 megapixels ou de 20 megapixels. Essa informação se trata da quantidade de pixels presente em uma única imagem gerada pela câmera do drone e está relacionada com as dimensões da imagem. Ao escolher um drone para mapeamento, quanto maior for esse número quer dizer que a imagem possui mais pixels e consequentemente que ela consegue cobrir uma área maior no terreno.

Em resumo, quanto maior o megapixels da câmera, maior a área de cobertura. Vale dizer, no entanto, que essa informação não se refere à qualidade da imagem, pois é a qualidade do sensor da câmera que vai determinar isso.

4. Distância focal

Imagem 5 – Distância Focal. Fonte: https://edu.gcfglobal.org/pt/curso-de-fotografia-digital/o-que-e-a-distancia-focal-ou-zoom/1/

A distância focal é, junto com a abertura do diafragma, uma das características mais importantes de uma objetiva (conjunto de lentes). É a partir dela que o operador define, por exemplo, a maior ou menor aproximação de uma imagem, ou ainda escolhe o campo de visão que deseja trabalhar. 

Isso significa que, ao alterar a distância focal da câmera, é possível definir o nível de aproximação (“zoom”) do terreno que está sendo mapeado. Além disso, isso também altera o campo de visão, ou seja, o tamanho da área que uma imagem consegue cobrir.

No mapeamento aéreo, quanto menor é a sua altura de voo, menor será o seu GSD (Ground Sample Distance), ou seja, menor será a porção que corresponde a um pixel da imagem projetado no terreno. Em outras palavras, maior será o nível de detalhamento do terreno e maior será a acurácia do mapeamento. Em contrapartida, menor será a área mapeada. Logo, se você aumenta a altura de voo, você aumenta o GSD e, consequentemente, o tamanho da área mapeada e diminui a acurácia do projeto.

Existe uma maneira de você alterar o GSD sem alterar a altura de voo, nesse caso basta você alterar a distância focal, quanto maior for a distância focal menor será o GSD em uma mesma altura de voo. No entanto, a grande maioria dos modelos de câmera embarcadas em drones não permite mudar a distância focal e, por isso, no mapeamento aéreo costumamos alterar a altura de voo para definir o nível de detalhe (GSD) do nosso projeto. Mesmo assim, dependendo do modelo do drone, a distância focal será diferente. 

Segue uma comparação:

Modelo

Distância Focal

GSD a 120m de altura de voo

DJI Mini 3

6,72 mm

4,3 cm

DJI Air 2S

8,07 mm

3,5 cm

DJI Mavic 2 PRO

10,26 mm

2,7 cm

Conclusão

Esses 4 itens estão relacionados diretamente com o mapeamento aéreo, fora isso, você pode pesquisar sobre a resistência à ventos do equipamento e principalmente a experiência prática dos usuários. Para isto, recomendo você procurar por comunidades na internet, reviews, sobre equipamento que está interessado..

Outra maneira simples e prática de você “testar” um drone para mapeamento antes de adquirir um, é utilizando o próprio drone deploy na versão web, eu gravei um vídeo exemplificando como você pode fazer isso:

 

Espero que esta matéria tenha contribuído para você escolher um drone para mapeamento, se você gostou do conteúdo ou gostaria de compartilhar a sua experiência deixe nos comentários abaixo.

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