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Drones na agricultura: você tem dúvidas sobre este tema? Quer saber como esta tecnologia está sendo utilizada no mercado? Se sua resposta é sim, fique comigo nesta matéria!
Drones na Agricultura
Eu sou o Manoel Neto, engenheiro cartógrafo e fundador da DronEng Drones e Engenharia, um centro de treinamento técnico para o uso dos drones em projetos de engenharia, por aqui já passaram mais de 16.500 alunos até o momento, e hoje eu vou falar sobre o uso dos drones na agricultura.
O mercado da agricultura é um dos maiores mercados no Brasil e nos últimos anos vem se modernizando. A tecnologia tem mudado completamente a forma como as fazendas são gerenciadas e o drone é uma das ferramentas que compõem essa transformação chamada de agricultura de precisão.
Em campo é muito comum o profissional percorrer toda a plantação para analisar a qualidade da mesma, porém, dependendo do tamanho da área é difícil analisar todo a sua extensão, sem contar na possibilidade de algo passar despercebido, portanto, uma imagem aérea de alta resolução georreferenciada por si só já traz muitos ganhos para análise e gerenciamento do plantio.
As soluções para este mercado a partir dos drones são diversas e vão depender do tipo de sensor embarcado na aeronave, por exemplo, as câmeras RGB que geram imagens coloridas igual a do nosso celular, por exemplo, permitem a geração da topografia do terreno, mensuração da área, divisão dos talhões, planejamento do plantio, inclusive é possível exportar as linhas do plantio para serem importadas nos tratores com GPS embarcado para a realização do plantio mecanizado, pois é, o plantio feito de forma automática pelos tratores com base na definição do trajeto elaborado a partir das imagens aéreas dos drones.
Ainda a partir da câmera RGB é possível realizar o projeto de terraceamento que consiste em planejar curvas de nível para escoar a água da chuva de maneira que não prejudique a plantação. Esse tipo de câmera também permite algumas análises espectrais básicas como por exemplo a geração dos índices IFV e VARI.
O Índice Foliar Verde (IFV) é utilizado para diferenciar a cobertura do solo, evidenciando áreas plantadas, áreas com falhas no plantio e solo expost. Já o Índice Resistente à Atmosfera na Região Visível (VARI) vai mostrar áreas com maior ou menor estresse na cultura – apesar da similaridade com o índice NDVI, não é um substituto.
Fazendo a troca do sensor embarcado já se abre novas possibilidades de aplicações. Enquanto o sensor RGB tem como principal objetivo mensurar e analisar a qualidade da planta a partir da coloração da folhagem, os sensores multiespectrais vão mais a fundo analisando a estrutura celular da planta, ou seja, em alguns casos o problema ainda não se tornou visível nas folhagens.
As bandas espectrais mais utilizadas no mercado são a infravermelho próximo e a RedEdge, em conjunto com a banda vermelha do espectro visível é possível gerar o índice NDVI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada) que é muito associado ao vigor da planta e produção de biomassa e também o índice NDRE (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada RedEdge) que permite uma análise mais precisa da transição entre as plantas mais saudáveis para as menos saudáveis, pois ele não satura o mapa tão facilmente quanto o NDVI.
De forma geral, estes índices permitem o produtor identificar as áreas do plantio onde está ocorrendo algum tipo de deficiência e agir pontualmente nessas áreas, otimizando o uso de defensivos e aumentando a sua eficiência. Isso faz com que a plantação seja mais produtiva e rentável.
Vamos fazer um resumo, primeiramente o drone auxilia na análise da área, divisão dos talhões e planejamento do plantio, depois através de sensores multiespectrais os drone são utilizados para identificar quais regiões do plantio não estão saudáveis, ao invés do produtor percorrer toda a área ele vai pontualmente onde está ocorrendo o problema, chegando na região é feita uma análise do solo ou foliar para identificar as causas do problema e definir a solução.
A partir da aplicação do insumo é feito novamente um voo para identificar se aquela região onde estava localizado o problema diminuiu,. Todo esse acompanhamento do plantio vai gerando inteligência que vai otimizando o processo. Pensa só, se em determinada região foi notado problemas, essa região pode ter um tratamento no solo diferenciado para o próximo plantio.
Toda essa inteligência combinada com outros fatores climáticos, traz muitos benefícios para o produtor.
O profissional que deseja atuar nessa área pode inicialmente começar seus estudos com as câmera RGB que estão presentes em drones comuns e depois ir avançando seus estudos com as câmera multiespectrais. O grande diferencial do profissional neste mercado é saber fazer a correta correlação entre os índices de vegetação e o campo trazendo assertividade para os seus diagnósticos.
E você conhece alguma outra aplicação no mercado de Agricultura? Tem experiência neste mercado e gostaria de compartilhar? Deixe nos comentários aqui embaixo.
Muito obrigado pela sua atenção e nos vemos no próximo Drone Minuto.
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