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A princípio, essa pergunta pode causar estranhamento para os mais leigos e iniciantes na cartografia, uma vez que os termos “mapa”, “carta” e “planta” muitas vezes são usados de forma intercambiável para designar qualquer documento cartográfico. No entanto, há algumas nuances importantes que os distinguem.
Vamos aprofundar melhor esses termos para entender suas diferenças, aprendendo onde e como utilizar cada um deles.
Ponto de partida
Antes de entrarmos nas diferenças, é necessário pontuar o que os mapas, cartas e plantas têm em comum. Por definição, todos eles são documentos cartográficos que buscam representar gráfica ou digitalmente o mundo físico (3D), ou porções específicas dele, em um produto geralmente de duas dimensões (2D).
De acordo com o IBGE, essas representações podem ser feitas tanto de forma vetorial, por traços (ex.: mapas, cartas e plantas), ou por imagem (ex.: mosaico, ortofotomosaico, fotoíndice).
Principais características
Algumas características precisam ser observadas para que possamos distinguir entre mapa, carta ou planta. Dentre as principais, temos:
- Escala
A escala é a relação entre a medida de um objeto tomada diretamente na imagem ou documento cartográfico (d) e sua medida real no terreno (D). Logo, a escala é uma relação de proporção que permite representar objetos grandes como uma cidade em um espaço menor, como uma carta. Para conseguirmos representar qualquer feição ou área da superfície terrestre em um produto cartográfico, é necessário inserir uma escala para fornecer a proporção ao usuário.
É importante entender, a partir da equação acima, que quanto maior a escala menor será o número do denominador (N). Logo, uma escala 1/250.000 (ou 1: 250.000) é menor que a escala 1/2.500 (1:2.500). Em outras palavras, uma escala menor representa uma porção maior da superfície (ex.: país), enquanto a escala maior representa uma porção menor da superfície (ex.: lote).
Não há um consenso estabelecido sobre a classificação de mapa, carta ou planta considerando sua escala. Entretanto, na prática, é comum usar a seguinte classificação:
- Relação entre o documento cartográfico e o território
Quando se trata da finalidade do produto cartográfico, consideramos que um mapa representa o território em uma única folha. Quando o território é representado por diversas folhas, cada folha é denominada carta e o conjunto articulado das cartas forma um mapa.
No Brasil, oficialmente é seguida uma divisão sistemática do território por folhas (cartas) com escalas que partem de 1:1.000.000 até 1:25.000. Cada carta recebe uma nomenclatura em código, o qual é formado pela adição de um número ou letra a cada divisão.
Portanto, podemos definir:
Mapa
“Mapa é a representação do plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de um corpo celeste, delimitada por elementos físicos ou culturais, destinada aos mais variados usos”.
Suas principais característica são:
- Representação plana;
- Escala pequena (grandes áreas);
- Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc) e divisas político-administrativas;
- Destinado a fins educativos, culturais, ilustrativos, planejamento e tomada de decisão, podendo haver um tema específico (mapa físico, hidrográfico).
O Mapa a seguir representa o Brasil, suas unidades federativas e seus principais municípios. Podemos observar que é um produto pouco detalhado, pois representa uma área grande e possui escala pequena.
Mapa Político do Brasil. Escala 1:2.500.00 – Fonte: IBGE.
Carta
“Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.”
Geralmente, as cartas são mais complexas e com alto detalhamento. Suas principais características são:
- Representação plana;
- Escala média ou grande;
- Limites das folhas constituídos por linhas convencionais;
- Avaliação precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes;
- Geralmente, faz parte de um mapa.
O IBGE fornece para download cartas (folhas topográficas) disponibilizadas de acordo com o recorte geográfico do Mapeamento Topográfico Sistemático Terrestre do Brasil nas escalas 1:1.000.000, 1:250.000, 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000.
Na imagem a seguir podemos ver uma carta da cidade de Presidente Prudente (SP), na escala de 1:50.000 Folha SF-22-Y-B-III-1, obtida através do IBGE:
Planta
“Planta é a representação em escala grande de áreas suficientemente pequenas que podem ser tomadas por planas (a curvatura da Terra pode ser desconsiderada), sem erro sensível.”
Um exemplo é a planta de situação, utilizada em obras de engenharia e atualização cadastral. Podemos observar que a quantidade de detalhes apresentados na planta pelas feições é maior do que comparada com as cartas e mapas, devido a escala deste produto ser grande e representar uma região menor.
Produtos cartográficos por imagem
Como explicado anteriormente, um produto cartográfico não é composto apenas por elementos vetoriais como pontos, linhas e polígonos. É possível também incluir imagens aéreas ou um mosaico gerado por várias imagens.
O ortofotomosaico ou mosaico de ortofoto, é um produto gerado a partir do processamento de imagens aéreas que podem ser adquiridas por drones ou aviões. Este produto é muito utilizado para a produção de bases cartográficas, como mapas, cartas e plantas, devido a possibilidade de realizar medidas diretas de distâncias, áreas e ângulos, além de permitir fácil interpretação das feições e objetos representados.
Exemplo de um ortofotomosaico. GSD (resolução) de 4 cm.
A partir desse tipo de produto, podemos extrair informações para a geração de mapas, cartas e plantas, por meio do processo de vetorização. A vetorização é a extração de informações cartográficas em formas de pontos, linhas e polígonos a partir de bases de dados como cartas topográficas, mapas, imagens de satélite e fotografias aéreas.
Exemplo de vetorização de um ortofotomosaico em ambiente CAD.
Os drones proporcionam a geração de ortomosaicos com GSDs pequenos de até 3 cm. Essa precisão é fundamental para a identificação dos objetos a serem vetorizados de acordo com a finalidade do mapa, carta ou planta. Quanto menor o GSD mais detalhado estarão os objetivos no ortomosaico, e mais fácil será para identificar os limites e detalhes do terreno.
A partir da vetorização do ortomosaico em algum software de CAD (ex.: AutoCAD), é possível gerar uma planta, inserindo os elementos necessários, como: quadrícula, indicação do norte, legenda, escala, entre outros.
Conclusão
Vimos que a classificação de um produto cartográfico ainda não tem um parâmetro oficial preestabelecido. Apesar disso, o que se observa na prática é que a escala de representação e a finalidade do produto são características chave para determinar se um produto é um mapa, carta ou planta.
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